O câncer de mama
É o tipo mais frequente entre as mulheres, excetuando-se casos de câncer de pele não melanoma. Estima-se que em 2012, tenhamos no Brasil mais de 52 mil casos, com mais de 12 mil óbitos.
Dentre os diversos tipos de prevenção, destacamos a primária, relacionada aos hábitos de vida, e a secundária relacionado ao rastreamento do câncer de mama, através de exames de imagem.
Prevenção primária
Temos a obesidade na pós menopausa e o consumo de bebidas alcoólicas como principais fatores de risco. Os estudos são controversos em relação a prática de exercício físico, ingestão de vitamina D, fitoestrogênios, uso de chás e alimentos. O estímulo a atividade física e o controle do peso devem ser orientados muito mais por melhorar a qualidade de vida geral do que pelos eventuais benefícios no controle do câncer de mama. Não há estudos de forte impacto comprovando a relação de anticoncepcionais com câncer de mama. Em relação a terapia de reposição hormonal, sabe-se que quando utilizada de forma combinada por mais de 5 anos, há um pequeno aumento no risco.
Prevenção secundária
Temos a detecção precoce através de programas de rastreamento como protagonistas. O auto exame e mesmo o exame físico são métodos isoladamente de pouco impacto para detecção precoce do câncer de mama. Diversos estudos já mostraram benefício no rastreamento mamográfico, com diminuição em até 35% da mortalidade. Todas as sociedades médicas e programas de rastreamento populacional do câncer de mama recomendam o rastreamento para mulheres com idade entre 50-69 anos. A polêmica ocorre em mulheres com idade entre 40 e 49 anos e acima de 70 anos. Entretanto, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), assim como sociedades médicas norte-americanas recomendam a mamografia de forma anual a partir dos 40 anos, apesar do benefício ser bem inferior do que para mulheres acima de 50 anos. Em pacientes acima de 70 anos, os estudos são escassos para se recomendar ou não a mamografia. Devemos sempre avaliar a condição geral da paciente para se indicar o exame. Não se deve realizar rastreamento mamográfico em mulheres abaixo de 40 anos, exceto em condições de alto risco para câncer de mama.
Exames
O intervalo para a realização dos exames varia entre 1 e 2 anos, dependendo do país. Essa conduta também não está bem estabelecida. No Brasil, a SBM recomenda anual, enquanto o INCA recomenda bienal.
A ultrassonografia e a ressonância magnética são exames complementares que também podem ser utilizados. Eles podem detectar tumores que não são visualizados na mamografia, no entanto, não há dados que comprovem qualquer diminuição de mortalidade, para o uso indiscriminado. Por esse motivo, as sociedades não recomendam o uso desses métodos para rastreamento na população geral, e sim apenas com complemento.
Algumas mulheres, entretanto, podem ter recomendação para rastreamento antes dos 40 anos e complementada com exames especiais. Incluem principalmente mulheres com história familiar importante (Câncer de mama em mão ou irmã na pré menopausa), história de radiação de tórax entre idades entre 10 e 30 anos, história pessoal de câncer de mama, carcinoma ovariano ou biópsias mamárias mostrando tipos específicos de lesões precursoras, mutação de genes BRCA 1 e 2. Entretanto devemos lembrar que essas são situações especiais e devem ser individualizadas e discutidas com o profissional mastologista. A solicitação de exames em época incorreta e desnecessariamente aumenta o número de biópsias desnecessárias, cicatrizes na mama e ansiedade da paciente.
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